BOCARRA
Estou fechando a porta
Mostrando a saída
Para os cegos
Que não se comovem
Com a dor alheia
Essa ganância
Estágio do ser
Em decadência
De riquezas e poderes
Fazendo das vítimas
Zumbis dos gritos
Vulcão na frieza
Engolindo nossos irmãos
Nos rios de lama
Lavando os sonhos
Com sangue inocente
Na fúria da lama
Nem sei o que dizer
Será demônio
Que mata a natureza
E brinca com a vida dos inocentes?
O que será pior:
Sermos cegos
Ou ficarmos mudos
Diante a desgraça alheia?
Salve nosso povo
Que sofre
Sendo engolido
Sem dó
Tragado pela ambição do poder
Mas sendo louvado,
Na alegria e na dor,
Pela solidariedade poética