Imagem: Google
Valores
Ontem, hoje, amanhã. Mudanças constantes,
valores adquiridos, verdades vividas.
Mas, na sociedade mutante
o assimilado é passado.
De repente o valor de ontem
hoje é questionado, por vezes ultrapassado.
Que dogmas sobreviverão?
Que dogmas surgirão?
E em meio as incertezas das regras
e normas do bem viver/conviver
estou eu a vagar nos oceanos culturais.
Nada é constante, é verdade. Entretanto,
o corpo escultural,
a permissividade irrestrita, a futilidade do ter,
o apego capital perante o apego fraternal,
tornaram-se verdades essenciais.
E então,
fujo desta realidade, desta beleza aparente
que adultera, corrompe, fere e atormenta
os corações humanos.
Sou a escultura a destoar da paisagem,
procuro por mim, e nesse procurar
percebo quantos sonhos, projetos e conceitos
mudaram em uma mesma vida.
O cenário modifica, o ambiente se transforma.
Mesmo como uma nota a desafinar da canção
me descubro, pois constantes são
os valores aprendidos.
E nesse mundo de possibilidades,
não me deixo aviltar, subornar, eliminar.
Sou paradoxo – mudo e não mudo.
Ora sou divergente, ora convergente.
Minha essência é ser humano,
é ser valor, é ser aguerrida, é ser amor.
Alvaniza Macedo
21/12/2019