O “DESVER” DO POETA

O menestrel que andava sedento,
não sabia se procurava
a água viva da fonte
ou algum veneno.

Pois não havia sabores
acres ou doces,
tudo era experimentos.

Somente bebia da vida
espalhada no cotidiano.

Achava-se perdido,
não em busca do caninho
ou do olhar perfeito,
mas do “desver”.

A poesia encontra-se
no descaminho.

Não há alegria
nas felicitações,
pois para o poeta
que canta vivências,
não há busca
pelo regojizo
ou exortações.


(Imagem: Di Chirico)
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 18/12/2019
Reeditado em 02/01/2020
Código do texto: T6821600
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