Ao pó voltaremos
E assim passam-se os dias
Sem passar de verdade
Como um nome, riscado à beira-mar,
Que falseia minha identidade.
Dono de bens, os maiores não tenho
Como deixar de herança nestes escritos
Amor e tempo troquei por dúvidas
Que consomem as horas e os afetos restritos.
É fajuta essa alegria reversa em que
Rindo de mim mesmo não tenho graça.
Descubro tal proeza através do espelho
Que reflete um fogo baixo e sem fumaça
Mostrando que aquela brasa em vermelho
O tempo apagou só de pirraça.