OBSERVÂNCIA

O que vê os olhos de poeta?

Tudo o que florir ou desvanecer!

A vida a vibrar ou as pétalas a morrer!

A brisa suave e o orvalho a regar a relva.

A seca cruel e os sulco profundos na terra.

O que mais ele canta, escreve ou fala?

Do dia que viveu, sonhou, e quiçá realizou!

Quer gritar amor, porém pode gritar o ódio!

Assustador os ruídos do mundo!

Fixa os olhos para falar do bem!

Porém sangra diante dele a maldade dos homens!

Impotente observa os murmúrios e ais!

Respira fundo e segue a observar!

Adiante jardins expõe sua exuberância!

E pode sentir a beleza, os odores e a paz!

Quão bom a alternância se mostra!

Resgata o bem das garras do mal!

A alma do poeta sofre, se angustia!

Sente profundo a convunção humana!

A vida continua e o sol e lua brilham.

E todos buscam seu pão de cada dia!

A luta é sua dizem alguns, e não minha!