Esse ano...
Não aplaquei a fúria causada por excesso,
Meus poemas não adoçaram um coração;
E essa esperança tão inquieta não cesso,
Não encontro, ainda que tenha procurado,
O livrar das dores, e da ferida, cicatrização;
E no poema, bendito seja, o ser perdoado.
Se contorce a carne, a alma adoece triste,
Dias e noites, no tempo veloz que distrai;
Colorindo sonhos pueris, e inocente anjo,
De asas brancas aos impropérios resiste;
Insiste ficar ao lado, enquanto a casa cai,
E em versos a "alegria" que tanto esbanjo...
Arranjos que não soam bem, infelizmente,
Esse coração compositor trazendo danos;
Que o tempo sofre para reparar, mágoas,
Ilusões e incertezas me olhando de frente;
Refazendo, mudando bons e velhos planos,
Transformando as poças d'água em lagoas...
Esse ano fui a garota má querendo o bem,
Esse ano, é certo... O Papai Noel não vem;
Não tem neve, nem lareira, só a quarta-feira,
Mais um dia da semana; fim que se espera;
E ao Ano Novo que chega, feliz seja; agora,
E para sempre; o Menino Jesus não demora.