A Vida!
Ainda que não possa evitar o dano
Ainda que não possa evitar o espanto
Ainda que não possa arancar essa dor do seu peito
essa tristeza que te atormenta...
Choro, choro, choro...
Essa dor que dilacera em mim
A dor da impotência:
quando se estar distante e não poder mitigar...
A vida, apesar de parecer madrasta,
uma bebida amarga, Respirar o próximo ar... Respirar
Respirar quem sabe aí, nessa porção de ar
A vida se expresse!
A angústia de não poder te carregar dói
dói tanto maior que seu pranto é
Não ter mãos para te amparar...
Na porção do próximo ar, quem sabe,
a dor, que de tanto doer, envergonhada se recolha, Essa senhora sem alma
E o amor tímido em germe enrame e aos pouquinho se alastre
tome o seu lugar e se derrame.