Passageiro...
Passageiro…
Pe. Jorge Ribeiro
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Tanta correria, aonde e quando vamos parar?
Tantas agonias sem saber para onde ir, qual o sentido disso tudo?
Tudo é fugaz e passageiro, assim como são passageiros os que estão num transporte.
O passageiro é transeunte, contingente e transitório. Não sabe a hora da chegada…
Sabe que está em viagem, mas nada sobre o que pode acontecer no percurso.
A vida mesma é passageira e todos sabemos que se começou, mas não quando vai cessar.
Viver como passageiro é se colocar em aventuras, não se apegar a nada.
Nem aos lugares e nem aos espaços, está ali apenas por um tempo.
O ser humano é passageiro, um parêntese entre dois longos sonos.
O transtorno e o desespero acontece quando alguém se apega demasiado.
Tudo é passageiro: por que se apegar às coisas, às pessoas e a si mesmo?
Essa mania de eternizar o que não nos pertence causa enorme despedaçar.
Passageiro é o dia, assim como a noite, a chuva e o vento, tudo implica recomeço.
O único fixo é o desejo de prologar os dias, a ideia de permanecer próximo aos seus.
Os impérios passaram, as grande personalidades também. Santos e malvados passaram.
Eu sou passageiro e todos os outros também. Essa ideia é confortadora.
Ninguém, mas ninguém mesmo vai superar a barreira do ser passageiro.
Se é humano é caduco e tende a esvair-se no tempo e no espaço.
Apenas existimos, assim como tudo que está ao nosso derredor existe também.
Mais conscientes ou inertes, somos passageiros.
Criamos subterfúgios, construímos coisas, para revigorar e renovar as forças.
Se sabe que tudo passará, que pode voar, criar sistemas e invenções, mas vai se passar.
A fé faz escalar o tempo, o poder cria sensações de domínio, esses também são passageiros.
Fadigamos e nos cansamos na busca de sermos lembrados, mas o tempo nos esquece.
A leveza e a beleza da existência está nisso, viver cada momento como único.
Passageiro sim, mas autêntico e realizado.