Ain Soph Aur

O segredo dos segredos, abrir-se-a para ti

como o grande Rumi alguma vez afirmara.

A existência das existências pode começar a ter sentido

na raiz,

ainda que no fim do túnel tua impaciência ainda aguarde

mundana, lânguida e infeliz,

como agulhas da outonal dama,

que um dia tanto inutilmente amaste.

Sabes que o rosto imenso começa a expandir-se

por fim depois de intensos – estéreis debates,

é que

agora reconheces poder admirar

que em ti o cristal de luz imanifestado,

com a rosa e cruz, no logos, gravada

brotou fundo no coração

sem sequer acordá-lo

(suas vestes são azuis, seus cabelos dourados).

Dos poderes do fogo,

saberás escapar

Dos poderes húmidos da agua,

afinal uma espada

que corta o sono sonâmbulo no ar,

com o auxilio do vento

obterás,

nos raios puros do sol agregado-se a montanha.

E nada mais

apenas nada mais –

o anterior músico cantava.

Branca, salpicada de auroras

se tem tornado tua carne

agora que não existe um ser atuante

nem sequer um não-ser colossal

a quem render-lhe de costas palavras.

Deixa já de reclamar

velho maniático

acalma-te.

Estás a ponto de no verdadeiro umbral penetrar:

Queima tuas sandálias

deixa de procurar estradas que nunca

alcançaram abrir mais horizontes nas tuas pálpebras.