ASAS CORTADAS


A liberdade tão sonhada inesperadamente veio-me,
Não com um bater de asas voluntário, mas forçada,
Levando-me para um santuario desconhecido,
Lugar que sempre aguardava minha alma desprezada.

Foi uma fuga de mim mesmo para um não sei pra onde.
Porém o destino sabia de tudo... Era para perto de você.
Mas com os desatinos da desabilidade, voava cada vez mais,
O mundo era meu, eu podia tudo, sem a quem dar um parecer.

Seguia incalto, hipnotizado, só com as experiências passadas.
Assim lhe encontrei, em um lugar simples, sem castelo dourado.
Ave, princesa, o belo. Menina ingênua que também queria voar.
Lhe vi apenas uma vez e esqueci todo meu passado.

E como passaros ganhamos o firmamento entre juras de amor
Vivemos mares de rosas e de espinhos, e grandes noites de luar
Frutificamos e a vida nos foi generosa, com risos e também prantos.
Sempre com a segurança do nosso ninho nosso pequeno lugar

Hoje quando olho uma revoada, no azul suave do céu, o céu é lindo.
Lembro do nosso primeiro beijo, de quando pedir para lhe amar.
Então recordo do nosso amor, ave eu, ave você, tempo, nossa idade
O tempo tudo cicatrizou, e suas asas só você pode cortar.



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