Humano Demasiado Humano

Ao observá-la sinto a inocência animalesca ao meu redor

Seus olhos verdes emeraldas dilatados ao sinal de perigo

Mesmo movimento captado quando requer atenção

Aquela urgência de cada dia

O enrolar de suas patas sob minhas pernas

Aquele som baixinho em sua garganta que enfeitiça

A inocência traiçoeira

A adoração pelos séculos afora

Deuses de tempos distantes

Os quais terminaram domesticados

Reduzidos a criaturas gordas indiferentes

Destronados

apenas seu ar de realeza permaneceu

Mimados

seus desgostos estampados em seus semblantes...

Sem hora pra acordar eles andam entre nós

Nos mantém sob rédeas curtas

Um animal dono de outro animal

Como é fácil acreditar que temos controle sobre o outro

Quando fechamos os olhos para a verdade piscando em vermelho neon desesperadamente no nossa porta.

Ale Marques
Enviado por Ale Marques em 16/11/2019
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