Humano Demasiado Humano
Ao observá-la sinto a inocência animalesca ao meu redor
Seus olhos verdes emeraldas dilatados ao sinal de perigo
Mesmo movimento captado quando requer atenção
Aquela urgência de cada dia
O enrolar de suas patas sob minhas pernas
Aquele som baixinho em sua garganta que enfeitiça
A inocência traiçoeira
A adoração pelos séculos afora
Deuses de tempos distantes
Os quais terminaram domesticados
Reduzidos a criaturas gordas indiferentes
Destronados
apenas seu ar de realeza permaneceu
Mimados
seus desgostos estampados em seus semblantes...
Sem hora pra acordar eles andam entre nós
Nos mantém sob rédeas curtas
Um animal dono de outro animal
Como é fácil acreditar que temos controle sobre o outro
Quando fechamos os olhos para a verdade piscando em vermelho neon desesperadamente no nossa porta.