EM FRENTE AO REFLETOR
Brigando com meus olhos
(Qual a cor que predomina?)
São tantos racismos
Tantas desigualdades
Que escuto com meu ego
Se nós fôssemos coloridos
Qual seria a cor fascinante
Onde juraríamos de pés juntos
Que uma só predominasse
Neste país mesquinho
Onde mutilam as mulheres
Por não se encaixarem
No famoso 34/36
Onde as criticam
Por não terem cinturinhas
Ah, quantos barcos naufragados
Exigindo um remo novo
Se atracando em alto-mar
Na âncora a desencaixar
É preciso nos libertarmos
Dessa corrente do mal e nos conscientizarmos
Que somos outdoor do preconceito
Esse tabu que evolui
Ceifando a vida
Somos abismo
Da corrente do egoísmo
Onde o sol rompe frestas
Dando prazer à liberdade
Como se cor ou manequim
Dessem troféu ao caráter
Nós somos culpados
No lapso da desgraça alheia
Apresentando a vida ao inferno
Nessa crueldade
Brindando com sangue