Tecendo o amanhã!

Tecendo o amanhã!

Hoje acordei sem o "Amanhã' Tecido pelos galos de João Cabral de Mello Neto.

Sem os seus fios imaginários...

"Que um galo, leva a outro, que este leva a outro e tece  a manhã".

Acordei sem poesia

Mergulhado em uma densa

Manhã de realidades cruas.

Em que  preto continuará preto

pobre viverá uma manhã de pobre

E os ricos tomarão leite com geleias.

E as ruas como o sol Testemunhará a segregação   assistindo

Uma criança branca, tomar café com pão,

Iorgute e frutas.

E outra criança, pobre e preta gritará!

E o seu grito, alcançará outros gritos

em vários países.

Até criar uma rede de gritos     

Semelhante o amanhã de Cabral

e nessa teia as crianças famintas acordarão outras crianças e os seus gritos despertarão

os seus galos internos fartos e cheio de esperança...

Nas margens ensolaradas   do rio Capibaribe os fios e a teia do lindo poema de João Cabral de Mello Neto

Permanecerão.

Lázaro zachariadhes
Enviado por Lázaro zachariadhes em 09/11/2019
Reeditado em 17/01/2022
Código do texto: T6791211
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