Efêmero
Para sempre é pouco tempo
Sigo vivendo
Mesmo não tendo
Como seguir fluindo
Não estamos mentindo
Só não sabemos a verdade
Só não sabemos de verdade
Viver nessa cidade
Somos uma folha em branco
Esperando para ser escrita
A vida nos passa tão rápido
Que nem sequer nos risca
Enquanto está passando
A vida nos incita
A fazer planos
Montar sonhos
E planejar arranjos
Para chegar ao fim da linha
Diferentes em morte como iguais em vida
E quem você será
Quando baixarem-se as cortinas do tempo?
E isso é mais importante
Que quem você foi quando ainda soprava seu vento
Pulmonar?
Quando você ainda tinha tempo para passar
E gastava
Com prazeres efêmeros na efêmera vida
Que você não sabia que tinha
Até saber que acabava
Logo antes
De perceber que você não fez nada
Já passou
Já passou
Quem sabe se há outro dia
Estou só de passagem
Não estou para ser escrito
Nos alicerces da história
Nem gravado na memória
Da eterna humanidade
Que não durou nem uma hora
Tão rápido
Acabaram as linhas da história