O espelho me disse

Costuras doçuras fugazes.

Dos cortes que a madrugada lhe fez.

Criaste uma concha de retalhos.

Com retratos de rostos riscados.

Seu semblante molhado e a febre alpina,

denúncia que seu corpo não suporta as loucuras de sua'lma.

Tens medo de fantasma,

Mas você é um ainda em construção.

Um copo cheio de

Rimas,

Sinas e fagulhas de alguma intuição.

Na ponta da agulha,

Uma gota de lágrima.

Na ponta do cigarro,

Seu fim enrolado.

Cada trago é um segundo a menos.

Mas tu não liga,

Tua ânsia por feridas

um dia te matará.

Mas se todos vão morrer,

Por que esperar?

Você diz,

Neste teu castelo de sim,

Não aprendeste a dizer não.

Eu te conheço,

Sou o teu espelho,

Me ignoras,

Mas no momento de insegurança,

Olhas para mim com esperança de que eu te conte mais uma ilusão.

Para você pouco importa,

Com tanto que a porta esteja trancada,

E tua áurea aberta.

Tire uma soneca,

Sonhe com sua realidade,

acorde atordoado em um sonho.

O pesadelo diário é um momento profano.

Sua filosofia imaginária,

Sua fala.

Já não é mais a mesma.

Navalhas sobre a mesa,

Hoje a sobremesa são pulsos molhados de sangue pisados.

Alimentas as sombras,

E tenta definir que as sombras são corações assombrados,

pela razão sem paixão.

És refém,

Não diga amém,

És ateu e Deus do universo de sua criação.

Mentes tão bem que tropeças nestas mentiras ditas,

Feridas são o diagnóstico.

Verdades ocultas,

Tanto se perde quanto se acha o que procura.

Me jogue no meio da rua,

Só me avise quando o sinal fechar.

Urbano Leafa O despoeta
Enviado por Urbano Leafa O despoeta em 07/11/2019
Código do texto: T6789215
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