O espelho me disse
Costuras doçuras fugazes.
Dos cortes que a madrugada lhe fez.
Criaste uma concha de retalhos.
Com retratos de rostos riscados.
Seu semblante molhado e a febre alpina,
denúncia que seu corpo não suporta as loucuras de sua'lma.
Tens medo de fantasma,
Mas você é um ainda em construção.
Um copo cheio de
Rimas,
Sinas e fagulhas de alguma intuição.
Na ponta da agulha,
Uma gota de lágrima.
Na ponta do cigarro,
Seu fim enrolado.
Cada trago é um segundo a menos.
Mas tu não liga,
Tua ânsia por feridas
um dia te matará.
Mas se todos vão morrer,
Por que esperar?
Você diz,
Neste teu castelo de sim,
Não aprendeste a dizer não.
Eu te conheço,
Sou o teu espelho,
Me ignoras,
Mas no momento de insegurança,
Olhas para mim com esperança de que eu te conte mais uma ilusão.
Para você pouco importa,
Com tanto que a porta esteja trancada,
E tua áurea aberta.
Tire uma soneca,
Sonhe com sua realidade,
acorde atordoado em um sonho.
O pesadelo diário é um momento profano.
Sua filosofia imaginária,
Sua fala.
Já não é mais a mesma.
Navalhas sobre a mesa,
Hoje a sobremesa são pulsos molhados de sangue pisados.
Alimentas as sombras,
E tenta definir que as sombras são corações assombrados,
pela razão sem paixão.
És refém,
Não diga amém,
És ateu e Deus do universo de sua criação.
Mentes tão bem que tropeças nestas mentiras ditas,
Feridas são o diagnóstico.
Verdades ocultas,
Tanto se perde quanto se acha o que procura.
Me jogue no meio da rua,
Só me avise quando o sinal fechar.