Poderia ser qualquer um Série:Para não dizer que não falei dos espinhos
Lágrimas da manhã,
O afã caiu no chão.
E entrou em erupção.
O coração partido depois da despedida.
Despida,
ela estava ferida por dentro.
Mas em nenhum momento,
ousou nos contar.
Ela contemplava a madrugada fria,
sobre a luz de um lampião.
Chamou
um uber
para ir embora daquela situação.
A aurora já se anuciava,
O som dos pássaros
já ecoava,
É hora de voltar para casa.
Da vidraça
ela vê a rua.
Apesar dela
esta semi nua,
Ainda estava vestida
das dores
desta vida.
E isso nenhum rivotril pode sarar.
O sol bateu na janela lateral
Do quarto,
No embalo
o som do celular,
Que tocava qualquer canção, que falava de paixão
ou coisas
do tipo.
Acarriciou
o maço de cigarro,
Bebeu o resto do vinho barato,
que comprou no mercadinho de
Seu Sandoval.
O namorado
dorme
como
Um anjo.
Ela fica lhe observando,
com certa leveza.
Vigiava
seu peito que dançava
A cada
ronco
Alto
que ele
soava.
Ela olhava,
Freneticamente a calçada.
A sua dor de cabeça lhe maltratava,
Carburava
Seu cérebro,
como as chamas
Consomem
a ponta
do seu cigarro.
Era última noite que ele estaria ao seu lado.
Ela olha de novo na janela,
Aguardando o carro de placa KLA-3964,
Ao aparecer
Jogou seu cigarro no chão do quarto.
E da carteira só pegou mais um.
Não queria
acorda-Los,
Na carteira ainda tinha 12 cigarros.
"Deixa pra ele fumar durante o dia, o dia para ele seria agitado"
Abandonou ali
o seu amado.
Entrou no carro,
E no carro partiu.
E o seu namorado quando acordou, sorriu.
ao ler
seu bilhete
dizendo:
"volto já
meu amor,
fui comprar chá."
Mal Sabia ele
que ela iria
mesmo
era lhe deixar.
Ao chegar em seu apartamento.
O tormento
foi o seu incenso.
Contemplou
por um momento,
O seu canivete.
Que comprou de algum pivete,
Que vendia
coisas
aleatórias
de porta em porta.
E de forma maestral,
transou com a morte
no recanto
da sala.
Às 10:15
da manhã,
Gozou
com os
seus cortes.
Ejaculou seu sangue
no porta-retrato
da estante.
Com
uma foto
dela
Sorrindo,
Um riso
contido,
Um sorriso tristonho,
O famoso
sorriso tímido.
No dia seguinte
O jornal da TV relatava.
Ao vê a notícia,
Seu namorado chorava.
Pulso rasgado,
Uma bituca de cigarro ao lado
do corpo.
E uma carta
escrita
Dentro do bolso:
"O amor é uma construção social,
A vida é banal,
Não importa o conforto,
As dores sempre enlouquece qualquer mortal ."