O FIM DOS TEMPOS ANUNCIADO
Vi uma mulher chorando, Vi um homem chorando,
Torrencialmente; seu pranto revelava uma grande dor,
Mas uma dor muda; Havia perdido: o filho, a filha... Aquilo
Era Amor a flor que Desabrocha sem o querer das estações.
Bradei-lhes: “Seus filhos não são seus filhos! São filhos e filhas
Da vida, desejosos de si mesmos. Eles vêm através de vocês
Estão com vocês, mas não lhes pertencem. Vocês podem
Dar-lhes o peito, amor, mas não seus pensamentos.
Não esqueçam: a vida não anda para trás nem espera pelo passado!
Vocês são o arco de onde seus filhos são lançados como flechas vivas”.
Parecia não compreenderem-me, ainda assim continuei:
“Saibam que encontrastes uma verdade... Se vos a revelo porque
Já está meio adormecida na aurora do meu entendimento!
Vi que, posso vos falar de minha compreensão do mundo,
Mas não vos poderei dar minha compreensão Porque a
Visão do homem não empresta suas asas a outro homem”.
Ao dizer-lhes essas coisas Olhei para frente, para trás, para
Os lados e lancei ao vento esta indagação:
“Onde estão o Filho e a Filha do Homem”? Apenas ouvi gemidos,
Lamurias e blasfêmias; tão estridente quando ensurdecedor...
Percebi que A beleza da vida nos encanta quando nos mostra
A sua melhor face. Convêm embriagar-nos com o aroma
Das flores Do jardim de nossa solidão...
Como Águia solitária vi pairar no ar sobrevoando
A Terra em voo rasante um anjo tocando trombeta
Anunciando o fim dos tempos. “Eis um pesadelo pensei,
Que não é senão a tragédia humana já anunciada”.