Distorção
A vil mentira, teu alto ego inflado,
Digladia-te, sem longa dor na pele,
E a tua limpa alma sente-se difamado,
Engana-se! Como corre uma lebre.
Ora! Mas vê tu, pelo teu próprio espelho
Oque é que te falta, ou no teu coração
Mas como? Pois tu sangras vermelho?
Ou o que tu fazes leva-te à perdição?
Teus passos sombrios, tua lua escura,
Enxergas no poço a claridade,
Ou a tua ganância já te cegou?
Tua culpa será sempre tua se errares,
Vê o teu pé ferido, tua língua petrificada
Procura maçã não envenenada na árvore?
Ou com teu olhar deu-a o veneno invisível?
A culpa e a dor viera do teu duro erro,
Ou tu não admites e inseres nos outros?
Consegues ver pelo reflexo da clara água,
Tuas próprias pedras e montes no teu andar?
Tens ouvidos para escutar tua verdade,
Deixa crescer a rosa que ainda criança,
A diminuir tua grossa calamidade,
E reconquistar teu entendimento e maturidade.