Distorção

A vil mentira, teu alto ego inflado,

Digladia-te, sem longa dor na pele,

E a tua limpa alma sente-se difamado,

Engana-se! Como corre uma lebre.

Ora! Mas vê tu, pelo teu próprio espelho

Oque é que te falta, ou no teu coração

Mas como? Pois tu sangras vermelho?

Ou o que tu fazes leva-te à perdição?

Teus passos sombrios, tua lua escura,

Enxergas no poço a claridade,

Ou a tua ganância já te cegou?

Tua culpa será sempre tua se errares,

Vê o teu pé ferido, tua língua petrificada

Procura maçã não envenenada na árvore?

Ou com teu olhar deu-a o veneno invisível?

A culpa e a dor viera do teu duro erro,

Ou tu não admites e inseres nos outros?

Consegues ver pelo reflexo da clara água,

Tuas próprias pedras e montes no teu andar?

Tens ouvidos para escutar tua verdade,

Deixa crescer a rosa que ainda criança,

A diminuir tua grossa calamidade,

E reconquistar teu entendimento e maturidade.

Samuel Oliveira da Costa
Enviado por Samuel Oliveira da Costa em 03/11/2019
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