A alma livre

Lá estava ela

No meio do nada

Sentada na frente de uma casinha

A mente nada assoberbada

O sol parecia irrigar a estrada

Diante de espelhos d’agua

Ao lado apenas uma vegetação árida

Onde a chuva nunca deságua

Cortava pedaços de abacaxi

E não havia mais nada ali

Desde que horas estaria lá

Tão isolada e sem nenhum lar

Sou-me tão poético aquela imagem

No meio do sertão adormecido

Não havia nenhuma espionagem

Com um olhar nada envaidecido

Uma beleza pura, uma beleza ingênua

Na paisagem que ali era normal

Apenas em meus olhos percebi nada igual

Parecia mais uma terra nua

Despida de qualquer invasão

Aconchegada na imensidão do vazio

Sorriso feliz pela simplicidade

E nunca dominando a vaidade

Quem dera poder viver assim

sem o apertar de um mocassim

seguindo o vento exuberante

e livre existir

sem querer ser importante.

SILVIA F SOUSA
Enviado por SILVIA F SOUSA em 31/10/2019
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