A recordação do instante perdido.

Se pudesse voltaria ao tempo, para entender aquele instante que o futuro destruiu.

Queria perceber como o sonho voou como se fosse uma nuvem que vento levou.

Se tivesse algum poder teria feito a terra parar de girar, o brilho do sol continuaria fazendo o passado ser o presente.

Se pudesse faria o instante ser eternamente aquele momento, agora sinto a distância, como se a realidade não fosse o passado.

Como seria bom se o tempo tivesse de fato parado.

Agora sei que o futuro jamais poderá ser o passado, queria olhar o infinito e beijar a imaginação.

Sem jamais ter partido, esquecido do tempo que ficou muito atrás, como se no amanhã o sol pudesse nascer naquele instante.

Se pudesse reviveria outra vez, exatamente o velho sonho, talvez o único construído na cognição, representada na interpretação.

A hermenêutica das ilusões.

Infelizmente o tempo partiu levando a alma presa nas ondulações das recordações.

Agora sinto apenas o desejo do brilho perdido na respiração de um coração partido.

Se tivesse algum poder, faria aquele momento ser o instante repetido nas áureas do encantamento.

Esqueceria a saudade porque o presente seria a eternidade das emoções guardadas na memória formatada.

Se pudesse agora jamais teria partido, não sei se posso explicar exegeticamente as metáforas.

Entretanto, se voltasse sentiria o esplendor do sentimento encantado.

A felicidade seria a paixão recordada na essencialidade do grande afeto.

Todavia, nada disso é possível a não ser a recordação perdida no brilho da alma.

Longe tal qual o desejo que não substanciou o futuro, a felicidade um instante perdido solitariamente na memória que distanciou-se dos momentos recordados.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 26/10/2019
Reeditado em 26/10/2019
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