A MÁGOA
A MÁGOA
Não há mágoa sem afeição.
Isso viu quando ele, como um trator,
graciosamente, a abalroou sem tração
que, surpreendida, perplexa ficou.
Depois, insone, tentou remendar
o ser casto, mas seu olhar
já não discernia, batia em muro
sem saída, em beco escuro.
O tempo sana tudo [quase!]
- a mágoa inclusive -,
quando a barganha é exitosa
e a indiferença é a moeda de troca.
Mas depois todos imunes,
já não haverá quem os une.
Macapá-AP, 25/10/2019.
(Saulo C. Ribeiro Torquato)
TEXTO REGISTRADO EM USINA DE LETRAS