QUEIMADA

Cinzas que mancham

Ar rarefeito

O fogo consumiu o matagal

As chamas lhe esturricaram do peito

Renascença do que já não o é

Isso não existirá

Animais mortos em comunhão ao nascimento

O mesmo sol, nem sempre iluminará

Reflexo duvidoso

Jardim descuidado demais

Texto outrora corrido

O mesmo que não me convém mais

As cinzas tomam as ruas

O córrego

A flor

O vir do dia

Ao meio-dia,

Elas se tornarão pó

Nos céus escuros desta dinastia

Mais uma sexta-feira

Na escola da frente

No convento das freiras

Nas bocas de falácias eloquentes

De corações gelados,

Frágeis e carentes.

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Lâmpada de Porão
Enviado por Lâmpada de Porão em 25/10/2019
Código do texto: T6778718
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