QUEIMADA
Cinzas que mancham
Ar rarefeito
O fogo consumiu o matagal
As chamas lhe esturricaram do peito
Renascença do que já não o é
Isso não existirá
Animais mortos em comunhão ao nascimento
O mesmo sol, nem sempre iluminará
Reflexo duvidoso
Jardim descuidado demais
Texto outrora corrido
O mesmo que não me convém mais
As cinzas tomam as ruas
O córrego
A flor
O vir do dia
Ao meio-dia,
Elas se tornarão pó
Nos céus escuros desta dinastia
Mais uma sexta-feira
Na escola da frente
No convento das freiras
Nas bocas de falácias eloquentes
De corações gelados,
Frágeis e carentes.
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