OS POSTES
Árvores sem folhas
Da floresta urbana
Seguem enfileirados
Em fila indiana.
No escuro da noite
Suas luzes são estrelas
Expulsando as sombras
Nos vãos das calçadas.
Cachorros vadios
Sem raça e sem nome
Derramam em seus pés
A urina ácida da fome.
Na madrugada
Um bêbado se apoia
E a dama da noite
Encerra a jornada.