ESPELHO
Altíssima incompletude,
Vívica mortandade.
Sequidão extravagante,
De verdejante flor.
Um abundante desértico
De atenoante reflexo,
Um que fora, que era
E que ora será.
Uma luz sombria
Que reluz no espelho.
Um pergaminho entreaberto
Num caminho cerrado.
As diversas facetas
Em reversas personas.
Olhares profundamente incertos
Dos mares nas estações.
Um encarnado efêmero
Pela ignorância que jaz.
Um aprediz eternizado
Que contradiz o juvenal.
Um eu na tua frente
Um brel que dar-se-á.
Um seu que está por vir.
Um meu que findará.
(F. Júnior).