ESPELHO

Altíssima incompletude,

Vívica mortandade.

Sequidão extravagante,

De verdejante flor.

Um abundante desértico

De atenoante reflexo,

Um que fora, que era

E que ora será.

Uma luz sombria

Que reluz no espelho.

Um pergaminho entreaberto

Num caminho cerrado.

As diversas facetas

Em reversas personas.

Olhares profundamente incertos

Dos mares nas estações.

Um encarnado efêmero

Pela ignorância que jaz.

Um aprediz eternizado

Que contradiz o juvenal.

Um eu na tua frente

Um brel que dar-se-á.

Um seu que está por vir.

Um meu que findará.

(F. Júnior).

Felipêncio Júnior
Enviado por Felipêncio Júnior em 22/10/2019
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