A DOR
A DOR
Prensado e sem nenhum disfarce
já esperou, qual oliveira em pedra de mó,
que o azeite logo derramasse.
Sentia-se um nada [cinza e pó!].
Hesitou, viu inumana sua dor
e correu a ocultar de Jó seu coração.
- Já ali viu-se dele devedor -,
mas o "pó" nunca foi mera expressão:
Desapareceu todo verniz de pudícia
ou raiz de decência. Mas, alcançou
o quão pouco do útil tem importância.
Jó sabia disso e manso só esperou,
mas ele - um louco de dar dó _,
estava mais para a esposa de Jó.
Macapá-AP, 19/10/2019.
(Saulo C. Ribeiro Torquato)