VAZIO VERTENTE

Vozes que cessam um só minuto

Rostos mal definidos

Passos apressados

E frio a despertar calafrio.

Entusiasmo causando espasmo

Dose, entregoles e overdose

E toda nossa jamais concebida prole

Fazendo-me retomar o último gole.

Momentos incomuns sem charme algum

Cenas que parecem coisa de cinema

Frases jogadas ao vento, ao relento

Desvirtuando toda palavra serena.

Paisagens mortas, enquadrando

Quadro a quadro, uma silhueta imperfeita

É aí que ouço o ranger da porta

E vislumbro tua efígie abrupta

Impoluta, absoluta a causar medo.

E vejo então que não era ninguém

E sim o meu, que vivia a ermo

Um andarilho errante, um enfermo

Atrás de mim mesmo, que corria como louco

Por estar temporariamente indefeso.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 19/10/2019
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T6773986
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