Pranto meu
O tronco da árvore chorou
Um choro igual ao meu
Ambos choramos
Sem açúcar na vida
Caí no abismo da ilusão
A árvore foi derrubada
Eu fui desamada
Sem amor a vida não respira
O livro não tem páginas
Lâmpadas não acendem
Cobras não envenenam
Dragões desaparecem
O café esfria na xícara
A perdiz faz silêncio
E a árvore em mim
Vai buscando um sopro de vida
Em lâminas cegas.