Não bata à minha porta, setembro

Rosângela Trajano

Não bata à minha porta, setembro

Estou em córrego desalinho

Assim mesmo perdi as chaves

De propósito como fico sem anseios

Tu me fizeste conhecer os espinhos

Das tuas flores primaveris

Oh, setembro eu tanto te amei

Como foi difícil ir à casa da viúva

E não olhar o seu jardim florido

Estou em córrego desalinho

Existência finita minha diz-se noite

Entre ideias órfãs o café esfria

Temo as leituras das minhas metades

Alma minha em pranto descuidado

Não batalha mais no teu cais, setembro.