ANTES DO VOO
Nossos olhos não enxergam a alma livre.
As mãos já não alcançam um simples afago
Os dias passaram e os gestos ficaram presos.
A alma voou, o corpo se desfez, votou ao pó.
Ficou a saudade do abraço
E a tristeza pelo que não foi dito.
Quantas e quantas oportunidades, temos.
E não sabemos
Aproveitar.
Assim, a vida vai passando...
E o nosso amor vagando
Pelo âmbito do invisível.
Se tu quiseres falar,
Fale agora, ou cale-se para sempre.
Se quiseres amar,
Ame agora enquanto teus olhos podem enxergar.
O dia que faltar esse abraço
Chorarás o fracasso
Do abraço não dado
Do amor não falado
E da falta que tu sentirás.
Confira nos dedos, as pessoas que tu amas, realmente.
Que elas saibam do amor que sente
E que o ‘voo’ seja consciente
De que amadas foram
E o serão por toda a vida.
Ênio Azevedo