E se...
E se o sol não nascer amanhã,
a noite eterna me trará a lua?
E se o céu para sempre nublar,
como verei à noite as estrelas?
Sem as estrelas, vai-se o afã
de desvendar a poesia nua?
Eu perguntei-me, inspirando o ar:
mas e a alegria, eu inda vou tê-la?
Sim, eu sei (sei?). Não é nada disso!
Tudo estará (sei!) em seu lugar!
A lua, o sol, o verso, a poesia...
E elas, estrelas, dentro do poeta.
O versar é sempre compromisso,
pulsando com sua luz de amar.
O cancioneiro espalha magia,
beleza que sua alma acarreta.