Poente de Dunquerque

Vejo-o morrer pela vigia.

Vejo-o morrer por sobre a proa.

Vejo-o morrer por sob as máquinas.

Morre sobre um horizonte frio,

Cercado de nuvens multicoloridas que lhe dão

A cor de ouro.

Silêncio no complexo portuário

De minério ferro de Dunquerque.

Silêncio pela sua morte.

Morre aqui, mas lá embaixo, na

Terra quente, ainda existe a sua luz.

Sob a qual o Cristo, de braços abertos, agradece.