ADEUS, VIDA!
Estou deixando esta vida
Tudo afinal tem que findar
Nesta vida tudo me decepciona
Mas o meu corpo vai permanecer
Não este corpo de carne e osso
Mas um corpo bem mais leve
Que tem o poder de flutuar
Esse sim, nunca vai morrer
Não sei o dia, nem a hora
Pode ser no final do entardecer
Ou na manhã quando o sol nascer
Meu peito já sente a dor e sangra
E pela dor pressinto que não tarda
Ouço gritos desvairados
Meu rosto se torna sereno
E no coração a tristeza
A voz da razão fala mais alto
E nessa dor, nua e crua
Minha reflexão, minha verdade
Onde o pranto revela minha sina
A partida, a saudade, a eternidade
Da vida não sou dono, ela se fez
Eu fui abençoado, a ela me rendi
Até esse momento cumpri meu papel
Ao dono da vida o seu direito
Uma alegria audaz eu sinto
Mergulharei no meu novo eu
Quando entorpecerem meus sentidos
Será sugado o último suspiro
Marcando assim esse adeus