Mansidão
E eu, cá, quieto,
Apenas a me preocupar com o sossego,
Longe da vaidade do objeto,
Perto do sujeito que aconchego.
Quanto ao sucesso, a glória que plastifica,
Distância por precaução, mais salutar a vã simpatia,
Aquela em que se ouve, aprende e pacifica,
Pois, assim, na sede, se bebe água que alivia.
E o que alimenta a fome da ambição?
A fartura do egoísmo e a fama da fidalguia,
Ambas substratos do ódio e da paixão,
As mais repulsivas damas de companhia.
E eu, cá, discreto,
Tão somente a me conter nas horas mansas,
Longe da visão do obsoleto,
Perto da sinceridade das crianças.