"O DEGREDO"

“O DEGREDO”

“Desembarco célere na onda

No quebra-mar da solidão

Dobro repentinamente os meus joelhos

Na areia firme da praia...

Dispo a minha camisa de cambraia

Ao longe, no negrume da noite fica o mar soturno

É quando descanso os meus pensamentos

Na sola cansada dos pés

Eu só sei que de onde eu venho há homens

Que nunca amaram mulheres

Mulheres tão lindas da pele morena

Como as morenas de Olinda

De Portugal eu venho

E como prova, vou franzindo o meu cenho

Vontade nenhuma de voltar atrás

Pois o povo daqui é tão cordial...

Encaro de bom grado o degredo

E me ponho valente e disposto a esquecer

A quem nunca me amou, jamais.”

*O degredo*

By Julio Cesar Mauro

02/10/2019

Julio Cesar Mauro
Enviado por Julio Cesar Mauro em 02/10/2019
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