Achei-me na multidão?
O que sou para além de mim mesma?
Terra estrangeira do meu próprio ser
Abandono de minha pátria amada
De um coração que não sabe bater.
Ancorada nas incertezas do porvir
Enclausurada na liberdade de confiar
Numa Providência Maior
No Deus do qual me prostro aos pés.
E eu? O que sou?
A que vim, nessa nave planetária turbulenta?
Me apego a sonhos que não são meus
E me faço instrumento de servidão.
Creio que servindo aos outros serei melhor.
Mas, qual meu papel pra mim mesma?
Quantos olhares fugidios aos céus...
Na confiança suprema navego a esmo!
Deveria estar feliz. Meu destino não é mais meu.
Deveria estar completa com essa interiorização.
Minha vida pertence a Deus. (Compreendi)
Porém, o que fazer com minha identidade?
Vem-me na mente uma planta, um pássaro
Uma flor a jorrar seu pólen aos ventos
Mas, eu estou inerte nos meus afazeres
Cotidianos e brandos de prazeres.
Aos vinte e nove anos, perdeu a graça sonhar!
Vivo de projetos de segurança que não tocam meu coração.
Será que me achei na multidão? Ou me perdi de mim mesma?
13 de abril de 2011.