Drama, luta e vida

Uma vez Maria e também José

Outra vez Maria, cadê José?

Novamente Maria, foi se José

Deixou família e sua mulher

Levantou a mão e soltou o peso

Há machucou demais, há deixou com medo

E ela o alegrava por desespero

De tão maltratada, se questiona a que veio

Ele diz bom dia com toda alegria

E ela sorri de canto com simpatia

Vivem felizes, noite e dia

Um exemplo concreto para passar pela vida

De todas histórias colocadas anteriormente

Infelizmente normal é o da sangria

Dilaceradas famílias, famílias, famílias

Um pouco de bar, um pouco de pinga

Um pouco de bar, um pouco de pinga

Um pouco de bar, um pouco de pinga

Cachaça pro santo, cachaça nos cantos

E o homem se foi, perdido na fila

Vida que segue, ela se ergue

Cheia de mágoas e dor evidente

Vai para a luta honrar sua prole

Num sistema falido, machista e pobre

Um choro, um riso

Um tombo, um riso

Uma pausa, um riso

Ela não ri

Porém ela educa

Alimenta as crianças

Cheia de esperança

Sonha em sorrir

Ela ouve racismo, ouve besteiras

Ouve o cinismo de uma cidade inteira

Vive o machismo e decide de vez

Moldar os seus filhos para que não sejam iguais.

Bruno Henrique Reis
Enviado por Bruno Henrique Reis em 18/09/2019
Reeditado em 19/02/2022
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