Drama, luta e vida
Uma vez Maria e também José
Outra vez Maria, cadê José?
Novamente Maria, foi se José
Deixou família e sua mulher
Levantou a mão e soltou o peso
Há machucou demais, há deixou com medo
E ela o alegrava por desespero
De tão maltratada, se questiona a que veio
Ele diz bom dia com toda alegria
E ela sorri de canto com simpatia
Vivem felizes, noite e dia
Um exemplo concreto para passar pela vida
De todas histórias colocadas anteriormente
Infelizmente normal é o da sangria
Dilaceradas famílias, famílias, famílias
Um pouco de bar, um pouco de pinga
Um pouco de bar, um pouco de pinga
Um pouco de bar, um pouco de pinga
Cachaça pro santo, cachaça nos cantos
E o homem se foi, perdido na fila
Vida que segue, ela se ergue
Cheia de mágoas e dor evidente
Vai para a luta honrar sua prole
Num sistema falido, machista e pobre
Um choro, um riso
Um tombo, um riso
Uma pausa, um riso
Ela não ri
Porém ela educa
Alimenta as crianças
Cheia de esperança
Sonha em sorrir
Ela ouve racismo, ouve besteiras
Ouve o cinismo de uma cidade inteira
Vive o machismo e decide de vez
Moldar os seus filhos para que não sejam iguais.