Conjeturando

Meu pensamento é um rio subterrâneo.

(Fernando Pessoa)

A matéria é o exterior da interior consciência.

“A vida jaz adormecida nos minerais,

Se agita nas plantas, se move nos animais,

Revive nos seres humanos e retorna a si mesmo

No sábio desperto.” Holarquicamente.

O pensamento pulsa, abrolha, eflui,

Percolando em acautelado ser,

Se auto depurando em cada célula,

Em cada órgão em cada chakra,

Heurístico, anuindo diferenciado e lúcido;

E derradeiramente coalescendo no coração!

E aí sim, deve ser arremetido ao tudo,

E quiçá sair do todos; de dentro do interior.

O saber médio coletivo é comedido, mas evolve.

Percolando meandros sociais e étnicos,

Se auto depurando em cada indivíduo,

em cada grupo em cada fé, em cada ciência,

Tecendo a formidável teia da vida,

E derradeiramente coalescendo na noosfera!

E aí sim, deve ser arremetido ao Eu,

E quiçá sair de nós, de fora do interior.

O pensamento avulta em entes inorgânicos,

Percolando ciclos de evolução e involução,

Se auto depurando em cada átomo,

Em cada formação, em cada sistema,

Tecendo a inexorável interdependência,

E derradeiramente coalescendo no planeta!

E aí sim, deve ser arremetido ao Único,

E quiçá sair do todo; de dentro do exterior.

O pensamento tem raízes na matéria, perspectivas.

Percolando as entranhas do corpo, da mente e da alma.

Se auto depurando holístico em cada ecossistema,

Em cada eido, em cada insight e em cada morte;

Tecendo o esplendido manto inconsútil

E derradeiramente coalescendo no espirito!

E aí sim, deve ser arremetido ao Absoluto,

E quiçá sair do tudo; de fora do exterior.

A dadiva do pensar arquiteta o saber kosmico,

Onde por ressonância mórfica, pulsões

Espargem memes que se diferenciam

E se transcendem incluindo, com outridade,

Em Deus, na sua dimensão Natureza.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 17/09/2019
Reeditado em 17/09/2019
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