As Sombras do Entardecer

Tenho muitas sombras na alma,

Até a natureza as tem em abundância.

Vale a pena uma parada mansa

Em meio aos problemas

A me sombrearem, me assolarem

Sem dó nem compaixão

E ao meu descompassado coração.

Medito nas sombras pequenas ou grandes,

Entendo-as como muito necessárias.

Tenho algumas em minha companhia,

Numa leve melancolia.

Refresco-me, pensante, com galhardia...

Não as temo, servem para meditação,

Ao fundo da alma a serenar, elas vêm,

Não me levam ao desassossego total...

Vou bem pela sombra do entardecer,

Calmamente, contemplando-as...

Noutro dia, o sol novamente brilhará

Aquecer-me-á...

Serei aquecida totalmente,

Verei minha própria sombra,

Esquecer-me-ei da sombra ao redor.

De que me adiante esquecer de mim mesma

Se não me dedico a minimizar

Minha própria falta de luz?

Dar sombra aos demais,

Na altura da minha vida,

A todos refrescar brandamente,

Com delicadeza de alma,

Ser uma copa gigante

A espalhar também muitas sementes...

Problemas, quem não os tem?

Só problemas não fica bem,

São com sombras passantes

Eles vão e vêm...

Orvalho do Céu
Enviado por Orvalho do Céu em 13/09/2019
Código do texto: T6744188
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.