ENQUANTO OS OUTROS DORMEM

Francisco Alber Liberato

Às vezes na quase que interminável madrugada

No insistente monólogo noturno

Na companhia da querida insônia

No barulho do silêncio

Quando os espinhos tomam conta do colchão

Quando a exaustão diz que é hora de amarrar o coturno

Penso nos meus pais e irmãos

Por que ninguém se entendia?

Por que havia brigas de noite e de dia?

Por que diálogo não existia?

Será que todo mundo naquela casa era surdo?

Tinha sempre um olhar acusatório e um semblante antipático

Imagino que o convívio poderia ter sido menos traumático.

Diante do que foi não seria nenhum absurdo

Se tivéssemos enveredado por caminhos tortuosos

Por estradas mais largas.

Não fizemos opção pela vida fácil

Não fizemos opção por entorpecentes

Preferimos encarar a droga da vida

Não buscamos dinheiro sujo

Tentamos andar de cabeça erguida

Embora muitas vezes não houvesse saída

Em inúmeras situações ficamos sem ação

No final acabávamos aceitando

Para isto só tem uma explicação.

Deus está no comando.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 05/09/2019
Código do texto: T6738281
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