Amaldiçoados

Eles já foram louvados

Muitos aclamados

Como nos dias de Paul Verlaine,

Entre os Poetas Malditos.

Porém, urge acrescentar

Que sempre foram,

Desde a antiguidade até hoje:

Malditos, infelizes

Miseráveis, desprezíveis.

No sentido mais amplo!

Passando por Cícero, Virgílio,

Até os pós-modernos, hodiernos

Horrendos e odiados

Banidos e errantes.

Miseravelmente martirizados.

Alegria? Tão fugaz!

Desventura, um legado

Viver... sombrias nuvens

Morrer... eterna glória!

Quê lúgubre ventura!

Tão breve, tão notória!

São aborrecidos, alguns perversos.

Bendizem a morte, enquanto outros

Maldizem a vida, desdizem a sorte

Tal aquele que dissera; "A vida é atroz .” (*)

Oh! Pobre Vate! Vai-te embora!

Vá vaticinar no Vaticano, onde

Talvez seja benquisto, (será?)

Ao profetizar no palácio do Pontífice.

Oh! Malditos! Por que sois tão desprezados?

Pois se o próprio Deus relegou-os,

Dizendo em Seu Livro:

“Eles só têm por seguidores os desencaminhados. Erram em todos os vales e dizem o que não fazem.”

(*) Palavras do poeta francês Arthur Cravan encontradas no bilhete

que deixara antes de cometer suicídio.

Inserido no livro “A PASSAGEM DOS COMETAS, página 245.

Edir Araujo

copyright@2012 todos os direitos reservados.

ISBN 978-85-913565-2-2

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 04/09/2019
Reeditado em 08/09/2019
Código do texto: T6737143
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