Amaldiçoados
Eles já foram louvados
Muitos aclamados
Como nos dias de Paul Verlaine,
Entre os Poetas Malditos.
Porém, urge acrescentar
Que sempre foram,
Desde a antiguidade até hoje:
Malditos, infelizes
Miseráveis, desprezíveis.
No sentido mais amplo!
Passando por Cícero, Virgílio,
Até os pós-modernos, hodiernos
Horrendos e odiados
Banidos e errantes.
Miseravelmente martirizados.
Alegria? Tão fugaz!
Desventura, um legado
Viver... sombrias nuvens
Morrer... eterna glória!
Quê lúgubre ventura!
Tão breve, tão notória!
São aborrecidos, alguns perversos.
Bendizem a morte, enquanto outros
Maldizem a vida, desdizem a sorte
Tal aquele que dissera; "A vida é atroz .” (*)
Oh! Pobre Vate! Vai-te embora!
Vá vaticinar no Vaticano, onde
Talvez seja benquisto, (será?)
Ao profetizar no palácio do Pontífice.
Oh! Malditos! Por que sois tão desprezados?
Pois se o próprio Deus relegou-os,
Dizendo em Seu Livro:
“Eles só têm por seguidores os desencaminhados. Erram em todos os vales e dizem o que não fazem.”
(*) Palavras do poeta francês Arthur Cravan encontradas no bilhete
que deixara antes de cometer suicídio.
Inserido no livro “A PASSAGEM DOS COMETAS, página 245.
Edir Araujo
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ISBN 978-85-913565-2-2