A LINHA TÊNUE (TOUCHÉ)
A linha tênue entre dois lados opostos lança a lança
No meio balança e da boca cospe o fogo que desata a aliança
Verdade subjetiva, ativa, com prematura idade,
Compasso da palavra em ideia que condiz com a vulnerabilidade
Como é frágil e ainda sim ágil, na celeridade da luz ela alcança
Palavras em alto tom, viaje lúcida até a concha acústica, habita na intemperança
Mente fecunda abastecida na insegurança, resposta trepidante
Arrepia os fios do órgão maior, grita sobre a pele, sutileza inversa do impulso ignorante
Certo ou errado, a maioria decidirá, a entidade soberana decretará
Então não se esqueça para que de sorte não receba, o virar insistente da mesa
Hoje aqui, amanhã lá.
Quem sabe no meio do balançar, arras, experimentação ludibriante convicta em enganar
Reconheça a incapacidade de determinar a realidade,
Ousado é aquele que desconhece a inaptidão pessoal de julgar
Ousado ou tolo, escolha.
Eu tolo, discorro, eu tolo, desatino, eu tolo, receio, eu tolo, aceito.
Real ou falso, pestaneio, verdade ou mentira, contesto.
Ainda sim, tenha cuidado, as palavras; armas assassinas de almas.
Sano ou insano, vá além do mero capricho, seja responsável.
Jamais ouse esquecer que se não estiver em algum dos lados, estará na bamba linha tênue.
Touché!