Não quero!

Não! Eu não quero!

Longe de mim

Esta felicidade vazia

De aparências e luzes!

Amo o vazio da minha plenitude,

A nudez das minhas trevas

Que verdadeiramente me iluminam

E trazem-me poesia!

Odeio esta felicidade!

Para que ela serve

Senão para afundar-nos

Ainda mais em nosso desespero?!

Dissimulados! Mascarados!

Suas faces e corpos são pintados!

Seu eu pendurado, rasgado!

Envergonhado de sê-lo!

Entre o colorido preto e branco

De vossas quimeras

Sou preto e branco colorido

Sim, sou autêntico !

Na minha solidão e vazio

Preencho-me, sou real!

Sofro, choro!

Contudo vivo!

Sim, vivo!

Por que supor ser o que não sou

Quando não posso escapar

Daquilo que de fato sou

Quando me deitar?!

Hércules Oliveira
Enviado por Hércules Oliveira em 02/09/2019
Código do texto: T6735878
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