Simples João

O João que aceita o tijolo da casa

O João que d-escreve os sertões

Um cria calo na mão pra outro morar

O segundo na sua mente nos faz viajar

O lombo surrado e o suor escorrido

Da alegria do gol e do grito do filho

Um como peixe sem saber do mar

Trabalha para cofres dos outros engordar

Procura um herói para sua vida salvar

Não pensa, não sabe e não sonha

Eis que com custo apenas a fome engana

No sol que te queima sua prole defende

Como podia saber? como podia lutar?

Assim é que para o sábio "dotô"

De paletó ajustado e de lábia afiada

Sem dó nem piedade, fica fácil enganar