Bukowski às vezes me ensina
Bukowski às vezes me ensina sobre poesia
Soltar as palavras como a mente manda
Falar minhas loucuras: tão pobres e monótonas
Acabo de assistir um filme do Doors
Imaginem como me sinto careta?!
Ah! se soubesse me exprimir como Pessoa
Gostaria muito de poder expressar toda a loucura do mundo
Um mundo que se volta para um passado cruel
De ódio e de carnificina
Quando iremos aprender e evoluir?
Tudo terá que se acabar?
Sobrar alguns restos de pessoas
Pequenos grupos que se matarão e
Comerão a carne uns dos outros?
Não haverá clemência
Não haverá amor
Não haverá fraternidade
Só ódio e medo
Apenas dor e desespero
Assim me parece um pouco hoje e
Esse é o fim para o qual estamos indo
Poetas, cineastas e artistas de toda ordem
Filósofos e pensadores do espírito livre
Todos eles, como profetas anunciam nosso fim
O homem destruindo o homem
Arrastando a vida pela estrada da morte
Num caminho sem volta
Não será o fim da terra
Talvez o contrário
Nós, como um vírus, estamos destruindo-a
Talvez nosso fim seja uma espécie de imunização para o planeta
Talvez nós geramos o vírus que salvará a terra de nós, seres humanos.
Só assim alguma coisa pode fazer sentido
Ou talvez realmente não haja sentido nenhum
Como parece ser
E se assim o é, o que me resta?
Chorar e sofrer?
Pra quê e porquê, ou por quem?
Tudo, absolutamente tudo, se extinguirá
Em milhares de anos
Nossa memória não existirá
Ninguém sentirá nossa falta
Pois não haverá ninguém a pensar
E pensar é que faz algo ser alguém
Tanta filosofia profunda
Tanta fé e tanta esperança
Tanta beleza e horror
No fim de tudo
Tudo se esvairá,
Assim como os átomos se dissolverão deixando um rastro
Do mais absoluto nada.