Edifício Mocó

Nem tão velho, já que sua idade

de ferro, cimento e tijolos, varia

em torno de vinte anos.

Nascido e criado em

pleno núcleo da Rua Barão.

Traz dentro de si, desde a

sua projeção na prancha do

Arquiteto, que naturalmente,

também tinha seus problemas,

grandes ou pequenos, até hoje,

mais de quarenta pensamentos e

personalidades diferentes ou

iguais, quem sabe, com infinitos

problemas a resolver.

Hoje, contém dentro de si

criança querendo ser gente

e gente agindo como criança,

apesar da idade.

Gente com maturidade precoce

e gente imatura apesar dos anos

contados em suas vidas.

Gente que pensa para viver

e os que vivem para pensar.

Gente sorrindo, gente chorando, gente morrendo.

Gente criticando, gente acusando, julgando.

Gente que pede a Deus para viver,

e gente que Lhe pede para morrer.

Gente com meta e gente sem lida.

Quem vê de fora, lhe acha apenas carrancudo,

como se fosse somente de ferro, cimento e tijolos,

sem sentimentos.

Mas, quem o conhece, por dentro,

e pesquisa sua alma, tão íntima,

sabe o que lhe é imposto,

e o que suporta, através do tempo,

e do caos sonoro e respiratório.

De pé, apreciando a vida,

admirando o homem, sentimento e tecnologia,

e deixando o julgamento para Deus.