Lembre-se de que você é mortal (Memento Mori)
Lembre-se de que você é mortal
Onde se encontra? O que contra, desanda o propósito e rijo anda,
na onda, brava ela assombra, como branda!
Aquela, em sequência sequela, a raiz funda da sonda, implantada de
sua herança, espelhada, desata o traço similar, transforma o plural,
a resolução é singular.
Lembre-se de que você é mortal (...)
Lúcido, fétido ele flerta, cauterizado reflete e segue, gargareja a
falsa luz que nutri a sombra, empáfio exaltado, esconde o aço do fio
que prende o traço, o pescoço, o alvo do laço.
Lembre-se de que você é mortal (...)
O que era luminoso é enleado pelo tenebroso reflexo da egolatria que
como ímã atrai e trai, convida e grita,
viva a vida!
Se viver é escadear o que em cadeia, triste, insiste em situar
A sós, de sorte, há uma simples e singela voz que santa sussurra e
grunhindo chora
Lembre-se de que você é mortal (...)
O caos, paradeiro, do derradeiro escolhe o primeiro, inefável, indica o
caminho que é destino, infalível; construções humanas e suas
alterações, o pó, seu desatino, atos históricos e heroicos, um dia
lembrados, no fim ceifados, aniquilados, apagados pelo poderio
supremo do tempo, as riquezas e seus tesouros, argueiros, tragados
pela morte; homens levantarão e cairão, com um sopro imparável são
empurrados, levados pelos ventos, seus ossos, evidência, sem
acepção e dissensão, no final idênticos, o vale do esquecimento se
alimentará de tudo o que foi, ansiou ser e jamais foi.
Memento Mori.