HORAS VAZIAS
Eu não vi, você não viu
o dia, os meses, os anos.
Éramos crianças ainda
uns tempos atrás,
onde dependíamos
De colo e abraços
de pessoas próximas a nós.
Agora, o relógio
se afasta de nós.
Não dependemos mais dele.
Chega a fase
onde tudo se torna eterno.
Onde não nos privamos
de nada que não nos deixe felizes.
O amor vira um sentimento
e não meras palavras.
Ocupações tão desejadas
agora se acham no túmulo do vazio.
Os abraços próximos
são tão queridos
como eram em nossa primeira infância.
E, hoje, escolhemos em que braços podemos sentir o acalento desejado.
Não mais tememos
sermos menos queridos.
Não há mais importância
elogios pequenos
sem significados.
O amadurecimento
traz regras novas,
perspectivas diferentes.
Pontos de vistas outrora
referência
não mais fazem sentidos.
O tempo é largo.
Nele moram
todos os nossos passados,
todos os nossos gritos e choros,
todos os obstáculos que transpusemos.
Em perfeita sincronia
como o nosso presente.
Agora não corremos atrás do futuro.
Estamos bem fincados
no tempo em que estamos.
As lutas
Os desejos
Os sentimentos,
estão em nós
como nós estamos neles.
O progresso
de termos crescido
vivido e amado.
Milena Medeiros
online no Wordpress
3 de janeiro de 2019
21:08 h