TECLADO VIRTUAL

TECLADO VIRTUAL
Os homens têm digitado mesmas teclas!
Ouvindo os mesmos sons dessa barca, presos aos fones de ouvido, alheios...
E absortos remam sós, suas marés, apesar de sócios da mesma multidão!
Pendurados, debruçados, isolados, nas janelas das mesmas vitrines sociais.
Ouvindo, validando várias verdades, sem ouvir suas verdades, sem o insight,
De que o homem não pode fugir de si mesmo, se esconder do seu coração! 
Vestindo modismos, teclando, e desvestindo fantasias, e mesmas máscaras!
Nesse século, dessa era, onde os homens falam com suas sombras..., assim,
Desumanizam-se, e perdem a magia da afeição, do toque, olho no olho, pois,
Se vêem,se cumprimentam,"Olá!", 'Alô!","Oi!",através das lentes das webcans!

A alma dos homens tem fomes, e esses monossílabos frios,são psicodélicos.
Daí os êxtases,gritos,que vêm das cavernas têm caras dos mesmos emoticons
Mesmos egocentrismos, há visível incapacidades latentes, grandes oceanos...
Asssim, as selfs são apenas poses rotineiras, posteridades derretidas no gelo!
A felicidade efêmera, dura o tempo dos bate-papos, e a internet gira o ponteiro 
Os homens parecem bichos,marionetes, parecem,não são, são homens! Grito!
Riem com mesmo frenesi e choram com mesmas bocas desenhadas em série.
Mesma libido nos olhos distantes do rosto,presos nas diversas máscaras, pois,
Sexo deixou de ser presente,para ser online, gozos estéreis,implodidos,fátuo!
Ordinários,logo,o ser fica nadando,boiando entre softwares,ilhados,abstratos.

Elegem, cultuam, imortalizam, e fabricam seus deuses, e seguem a procissão
Com mesmos dentes perfilhados nessas navalhas difusas, minadas e amoral
Mesmos expedientes vestindo carapuças,esses vulcões cospem desafeições.
Estar online, é chique, estado de necessidade, come-se sôfrego esse pão!
Assim,o homem tem confirmado, galanteador, irreverente,não sou robô! Tese!
Às vezes maximizando mínima convicção, pois perdeu os seus endereços...
Assim, as máscaras grifam os rôtulos, e a personalidade sobe os bondes...
Essa é a tônica,saga, do mundo moderno,abreviamos as sílabas, maneiras,
Os encontros...,os atalhos, os afetos, as amizades,e vivemos nas entrelinhas...
Entre aspas, soando os mesmos chocalhos, apitando mesmos apitos!
Albérico Silva