A Turba

E a turba segue insana,

tendo enchido o cálice de loucura

No riso, rosto, escárnio da verdade,

louvando o ídolo chamado usura

Machucam-se, sem sentirem nada,

pois o ferro que ferem, é a própria carne

Calam, em grito que ecoa lento,

dos que comem da honesta vontade pura

Carregam uma medalha escrita,

que a vida é bela, leve e pura

Contenta-se na própria armadilha,

degustando sua doce amargura

E assim seguem a romper os cantos,

o escuro medo que o peito guarda,

como uma dança que gira e gira lenta,

movendo o mundo numa ciranda de migalhas,

buscam, apenas, o ávido prazer,

Sem amor

Sem alma

Sem doçura

niterói.rj | 2011

Rinaldo Santo
Enviado por Rinaldo Santo em 31/07/2019
Código do texto: T6709142
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