Pesadelo do século XX
Escrito em 30/7/2019
I-
São milhares de enfileirados numa só voz
Que em reta marcham avante
Sobre os campos europeus
Dilacerando outros e judeus
Eles vão marchando em uníssono
E pisoteando de uniforme
De cores vibrantes
E vozes aterrorizantes
Um espetáculo de atrocidades
Um sentimento de beleza caótica
Os que mais prestigiam a guerra
Queriam dominar a Terra
E ninguém sabia o que fazer
Senão matar também
O sangue já banhou a neve
A grama, a terra e quem o já teve
Eles estão vindo para te destruir
Com ataques relâmpago
Doutrina, disciplina
Colocavam cadáveres em piscinas
De suas escravidões mentais
Jogos mentais
As bandeiras e os carros aceleravam
Em ígneo triunfo
Mas nas guerras não há vitória
E nem se deve sentir glória
Ah, as cabeças explodindo, os homens invadindo
Cidades. Todos os lados fazem planos
E foi assim por anos e anos
Numa hipnose mortífera, acelerada
Quase infinita, facínora
Desenfreada de progresso
Ainda que buscasse ordem
Todas as casas, famílias
Culpados e inocentes ofegantes
Surtando constantemente
Tremendo, desmembrados
Alguns gritam pela guerra
Outros perderam essa chance
Os mestres da guerra estão observando
A doença da palavra que convence
Apontar as armas contra flores
Esculachar certas cores
Parece que o mundo vai explodir!
II-
Então o pesadelo acaba
Mas ainda vejo os cogumelos ao longe
Eu tenho meu espaço e você o seu
Agora tudo é de todos
Mas nada é de ninguém
Estamos tão feliz juntos
Mas me dê um tempo sozinho
O mundo se levanta, olha pela janela
Põe um agasalho mas logo o tira
Pois hoje está mais quente do que ontem